É
inegável para os observadores mais atentos e vigilantes o fato de que, Ouro
Branco encontra-se submerso em um momento de aperto ideológico, quanto ao atual
modo de pensar da classe que, atualmente, acha-se por bem se denominar
representantes de toda a sociedade desta pequena cidade.
Trataremos de evidenciar, com razões
claras e fatos perceptíveis a qualquer ourobranquense, os motivos que nos levam
a caracterizar o regime entre nós instalado como semelhantes àqueles
experimentados pelas sociedades baseadas no autoritarismo extremo.
Não se pode afirmar que haja muita
novidade quanto ao modo de governar adotado pelo atual regime político aqui a
instaurado, principalmente quando se compara este com os seus antecessores.
Muito do que se vê, possivelmente é a mesma coisa ou mesmos comportamentos que
antes eram impostos e praticados. Entretanto, há sempre a vaidosa vontade de em
tudo “superar” o “adversário”. Foi a partir deste momento que o atual
ideológico-político começa a tornar-se radical e opressor.
Estamos vivendo tempos de total
aniquilação de tudo que for contrário ou mesmo diferente do modo de pensar
adotado por uma pequena elite, que se considera os verdadeiros donos da
situação. Estes tais reduzem toda uma coletividade de pessoas a meia dúzia de
representantes que não buscam, senão outra coisa, a satisfação de interesses,
em primeiro lugar, puramente individuais e econômicos, em segundo, malfadados
interesses político-partidários de natureza transitória, cujo objetivo é apenas
tentar manter a dominação.
Pode-se afirmar sem qualquer medo,
que a grande parte dos atos públicos aqui produzidos tendem a, antes de tudo,
satisfazer os interesses supracitados. O interesse público, comunitário e
coletivo é apenas residual, secundário. É neste ponto que caracteriza o caráter
repressor, antissocial e antidemocrático da atual situação política.
Há um visível desrespeito aos
princípios que deveriam reger uma administração impessoal. A prova fática desta
situação, são as reincidentes investidas do ministério público, atentando para
a observação de princípios básicos. Nada foge aos ataques opressores e
antidemocráticos.
Nem ao menos um simples fardamento escolar está
isento de ser alvo da tentativa de dominação ideológica. Quanto a isto queremos
questionar os leitores com a seguinte pergunta: se se objetiva realmente
exercer uma administração pública para todos, por que não escolher uma cor
isenta de qualquer peso político e individualista? Mas, essa não é a intenção,
os verdadeiros intentos são de na verdade instituir, sorrateiramente, de modo
disfarçado por supostas “boas ações” voltadas para a população, a opressão.
Não há aqui entre nós espaço para a crítica,
mesmo que seja com a finalidade de contribuir positivamente, nem mesmo
autonomia de vontade. Todos têm de estar maquinalmente dispostos a obedecer e a
se devotarem a todo e qualquer mandamento, que tem a finalidade de apenas
satisfação pessoal de quem distribui as ordens e manutenção do atual molde de
poder. Tudo é minuciosamente manipulado e controlado.
Os que se atrevem em proceder de forma rebelde
aos olhos, ou tenham qualquer atitude contrária aos interesses defendidos, são
logos excluídos e submetidos aos mais diferentes tipos de represálias, pois não
há possibilidade de divisão de méritos, pois somente uma pessoa, na mentalidade
de quem domina, deve ser alvo de todos os “agradecimentos”.
Os desprezados logo perdem o emprego, as
oportunidades, as amizades, a tranquilidade, a paz (física e espiritual) e a
segurança própria e familiar.
Creio que os leitores já tenham ouvido falar ou
mesmo presenciado alguma destas situações escabrosas.
E a população como fica? Para responder a esta
questão é preciso esclarecer o que se compreende por população no sentido que
usamos. A população aqui referida é a gente comum, distantes dos holofotes e
das rodas da elite, a gente humilde, já sofrida por outros regimes, que viram
no atual a oportunidade de mudança e retomada do equilíbrio social.
Infelizmente esta parte da nossa gente
continuará à margem, sem condições de se emancipar, lançados aos mais variados
de tortura moral, psicológica, ideológica, forçosamente empurrados para o
eterno clientelismo político, sem condições de exercerem sua autonomia,
enfiados em um ciclo de eterna dependência. Estão sendo rotineiramente “programados”
para serem sempre adoradores da atual situação política, pois foram comprados,
de forma enganosa, por uma falsa esperança de mudança. Serão continuamente
oprimidos pelas imposições que vêm de cima, diretamente da esfera maior.
Mais uma pergunta vos faço: Não é opressor este
regime? Se não o fosse, sem dúvida
alguma, eu poderia assinar este escrito, mas em virtude do caráter totalitário
e radical que ele possui, infelizmente vou ter que continuar no anonimato,
porém sempre em uma contínua observação dos dissabores desse enfadonho
“des”governo ourobranquense,
Ass.: Um olhar qualquer.